Angra unida em prol da empregabilidade do setor naval
Angra dos está mobilizada em defesa dos trabalhadores metalúrgicos do município. Uma comissão, que reúne lideranças de diversos setores da sociedade, dentre eles igrejas, associações de moradores, Executivo, Legislativo, sindicatos e comércio, está preparando um grande ato para o dia 7 de outubro: um abraço simbólico no Estaleiro Brasfels, que nos tempos áureos chegou a possuir 12 mil trabalhadores e, hoje, emprega apenas três mil, com possibilidade de uma brusca redução.
- Nossa intenção é promover no dia 7 de outubro, sábado, um grande ato, com culto ecumênico e serviços de assistência social a toda a população. Depois, planejamos um ato silencioso no Centro da cidade, com o comércio todo com meia porta fechada. Nosso objetivo é chamar a atenção da sociedade para a crise que estamos vivendo – explicou Luiz Fernando Neves Figueiredo, presidente da Fundação dos Trabalhadores do Estaleiro e presidente do Sindicato de Marinas do Estado do Rio de Janeiro.
Luiz Fernando explica que toda esta movimentação teve início no começo do ano, na ocasião da posse da Fundação dos Trabalhadores do Estaleiro.
- Quando assumimos, propomos a criação de uma Comissão Política para discutir o desemprego na cidade e, desde lá, temos nos movimentado em favor desta causa - explicou, antes de revelar a principal preocupação em relação ao Brasfels.
- Atualmente há quatro plataformas da Sete Brasil com obras paradas: uma com 94% concluída, outra com 70%, a terceira com 40% e a última com o projeto pronto. Nossa intenção é que as obras sejam retomadas. Isso geraria três mil empregos imediatos para nossa cidade, por um período de cinco anos - revelou.
Ainda segundo ele, há uma alternativa para que isto se torne realidade.
- Há o interesse de empresas privada em tocar as obras. O que elas querem é que a Petrobras assuma o arrendamento das plataformas depois de prontas – complementou o presidente da Fundação.
Diante disto, na última reunião da comissão, na terça-feira, dia 5, o prefeito Fernando Jordão, que estava em Brasília, informou aos presentes que fez contato com o presidente da Câmara Federal, Deputado Rodrigo Maia.
- Sensibilizado com a nossa situação, o Deputado Rodrigo Maia se comprometeu a agendar uma reunião com a diretoria da Petrobras e da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para colocar esta possibilidade em pauta – informou Fernando Jordão aos presentes.
Para o vereador Helinho do Sindicato, que acompanhou a evolução da comissão desde o início, a expectativa é de que as coisas se resolvam a partir da sensibilização do Governo Federal.
- Fiz parte do sindicato por 20 anos e conheço o setor. Tivemos uma dificuldade como esta na década de 90. A diferença é que hoje está muito mais fácil pois, diferente daquela época, temos obras de reparos da Sete Brasil para serem concluídas e não podemos deixar isso parado. O que precisamos é de um posicionamento político do Governo Federal – frisou o vereador.
Outra parlamentar que está engajada na defesa dos trabalhadores metalúrgicos é Titi Brasil.
- Hoje nossa bandeira é Angra dos Reis e a garantia da empregabilidade dos nossos trabalhadores metalúrgicos, esta é a nossa pauta. Não podemos continuar de braços cruzados com o Estaleiro mandando seus trabalhadores embora, pois nossa economia depende diretamente da atuação desta empresa. Os trabalhadores metalúrgicos e Angra dos Reis podem contar comigo – sublinhou Titi Brasil.
Para o líder sindical Rogerinho, o momento é de união.
- Se não houver um avanço neste assunto nos próximos meses, o Estaleiro sinalizou que reduzir o seu quadro para cerca de 500 homens em fevereiro de 2018. Isto é um retrocesso. Divergências políticas e sindicais existem. Mas a pauta hoje é comum a todos: a garantia dos empregos dos trabalhadores metalúrgicos – defendeu.
Para a presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Angra dos Reis, Cristiane Marcolino, a garantia dos empregos dos metalúrgicos passa pela união de todos.
- É importante que neste momento de profunda crise, sobretudo na construção naval, que a gente deixe de lado as brigas, picuinhas e divergências e que possa se unir para a garantia de emprego dos metalúrgicos (as). A vida dos trabalhadores e de sua família está em jogo e precisamos nos concentrar em unir forças para pressionar o governo em nosso favor. A solução para toda essa crise no setor naval está, em primeiro lugar, nas mãos de Deus e, depois, nas mãos dos políticos. E só conseguiremos alcançar a vitória estando unidos – finalizou.
Também participaram da reunião, no último dia 5, representando a Prefeitura, o secretário de Indústria, Comércio e Serviços, Aurélio Marques; a presidente da Associação das Mulheres da Indústria Metalúrgica (AMIN), Marilene Dopazo; além de representantes da CIPA e dos sindicatos dos Rodoviários, Vigilantes e Petroleiros.
A próxima reunião da comissão de defesa dos trabalhadores metalúrgicos está agendada para o dia 19, terça-feira, às 18h30, na sede da Associação de Moradores do Village, em Jacuecanga.